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toxina butolinica

A toxina botulínica é uma neurotoxina produzida pela bactéria anaeróbia Clostridium botulinum, que popularmente ficou conhecida pelo nome de “botox”. Apesar de ser fortemente relacionada à procedimentos puramente estéticos, a toxina também é indicada para o tratamento de diversas doenças e condições clínicas, inclusive na área da neurologia.

Inicialmente, a toxina botulínica surgiu como uma alternativa terapêutica para tratamento não invasivo do estrabismo (desalinhamento dos olhos), atuando no balanceamento das forças de contração dos músculos envolvidos nos desvios oculares. Com o decorrer dos anos, pesquisadores foram descobrindo diversos outros usos para a toxina, após a sua administração ser autorizada em seres humanos.

Quando aplicada em pequenas doses, a toxina bloqueia a liberação de acetilcolina nas sinapses e junções neuromusculares. A  acetilcolina é o neurotransmissor responsável por levar as mensagens elétricas do cérebro aos músculos, que ao ser bloqueada impede o músculo de receber a mensagem para contrair e, consequentemente, ele relaxa.

Em algumas doenças, a acetilcolina é liberada em excesso, o que causa a hiperestimulação muscular, resultando em espasmos e rigidez musculares. Graças à sua ação de relaxamento, a toxina botulínica tornou-se uma importante aliada para o tratamento desses pacientes, provendo uma melhor qualidade de vida e desempenho funcional.

O tempo de ação da toxina botulínica varia entre 4 a 6 meses, até que as terminações nervosas estabeleçam novas comunicações com os músculos.  Após esse período, será necessário realizar novas aplicações periódicas para que os ganhos se mantenham. A aplicação é feita via injeção, diretamente nos músculos que devem ser tratados, sendo um procedimento bastante delicado. É fundamental que a toxina seja administrada por um médico especializado, pois exige precisão e conhecimento profundo de anatomia.

 

Espasticidade

Um dos usos mais comuns da toxina botulínica na neurologia é para o tratamento de quadros de Espasticidade. A Espasticidade é um distúrbio de controle muscular, caracterizado por músculos tensos ou rígidos e uma incapacidade de controle sobre tais.

A Espasticidade muscular é proveniente de outros problemas de saúde, como acidente vascular encefálico (AVE), acidente vascular cerebral (AVC), traumatismo cranioencefálico com sequela motora, paralisia cerebral, e certos casos de esclerose múltipla. Isto ocorre devido à uma lesão no sistema nervoso central (córtex), que afeta as regiões responsáveis pelo controle dos movimentos voluntários.

 

Distonia

A Distonia é um distúrbio do movimento, que causa contrações e espasmos involuntários nos músculos do corpo. Os pacientes portadores de distonia não podem controlar ou prever os movimentos, o que pode causar torções, movimentos repetitivos ou posturas anormais.

Frequentemente, pacientes que sofrem de Distonia demoram a receber este diagnóstico, pois os sintomas não são iguais em todos os portadores e podem ser confundidos com diversos outros casos clínicos. Além disso, o diagnóstico depende exclusivamente da observação do médico, pois ainda não se tem conhecimento da causa do distúrbio.

 

Hiperidrose Axilar, Plantar ou Palmar

O suor é essencial para o organismo humano, pois ele auxilia na regulagem da temperatura corporal. Quando a temperatura sobe, o cérebro detecta esse aumento e faz com que o indivíduo sue, aliviando a sensação de calor. Porém, existem casos de pessoas que sofrem de suor excessivo, independentemente da sua temperatura corporal, sendo classificados como hiperidrose.

A hiperidrose pode ocorrer nas axilas (axilar), nas solas dos pés (plantar) ou nas palmas das mãos (palmar). Nestes casos, a aplicação da toxina botulínica irá bloquear o envio de estímulos do sistema nervoso para as glândulas sudoríparas, fazendo com que elas diminuam ou parem de produzir o suor.

Leia também: Hiperidrose: o que é e como tratar o suor excessivo

 

Bruxismo

O Bruxismo é uma atividade parafuncional diurna e/ou noturna caracterizada pelo apertamento ou ranger dos dentes, que pode acarretar em lesões como: desgaste dos dentes, lesão periodontal, distúrbios da articulação temporomandibular e dor muscular.

Para o tratamento de pacientes com Bruxismo, a aplicação da toxina botulínica deve ser realizada diretamente em um dos músculos da face (músculo masseter), relaxando a tensão muscular, e diminuindo a força para o ato de ranger e apertar os dentes.

 

Sialorreia

A sialorreia é semelhante a hiperidrose, mas ao invés de ocorrer o suor excessivo nos pacientes, ela é caracterizada pela salivação excessiva. Classificada como um distúrbio, a sialorreia é comumente diagnosticada em pacientes com certas afecções neurológicas, tais como a paralisia cerebral, doença de Parkinson, e esclerose lateral amiotrófica. A toxina botulínica é usada para controlar a salivação, pois ao ser aplicada na glândula salivar, ocorre a redução da produção de saliva.

 

Enxaqueca Crônica

Enxaqueca Crônica é uma forte dor de cabeça, que ocorre em apenas um dos lados, e manifesta-se em forma de crises. Sua duração varia entre 3 a 72 horas, ocorrendo por 15 dias ou mais por mês, por mais de 3 meses.

Essa doença atinge 1 a cada 5 brasileiros, e não possui cura. A aplicação da toxina botulínica é realizada de forma preventiva, ou seja, tem como objetivo aliviar a intensidade e frequência das crises de dor dos pacientes.

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One Reply to “Toxina botulínica: o que é e quais as suas principais indicações”

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