A enxaqueca crônica, diferentemente do que as pessoas pensam, é uma doença multifatorial que afeta a rotina e a qualidade de vida de homens e mulheres, independente da faixa etária, e deve ser tratada com prioridade como qualquer outra patologia.
Além da dor de cabeça pulsante bastante incômoda, com intensidade de moderada a forte, a enxaqueca muitas vezes vem acompanhada de outros sintomas, como: náusea, enjoos, vômito, vertigem, intolerância ao barulho, som e claridade, e até mesmo sintomas neurológicos chamados de auras.
As auras visuais são as mais comuns na enxaqueca, onde a visão apresenta alguns pontos cintilantes e brilhantes ou até mesmo visão embaçada e perda da visão, podendo durar até 60 minutos.
As causas podem ser variadas, tendo em vista que a predisposição genética é um dos principais fatores para crises mais frequentes.
Ficar em um jejum muito prolongado, sem dormir, estresse excessivo e alguns alimentos podem ser os gatilhos para crises de enxaqueca.
Dormir mal, seja pouco ou muito, dificuldade para pegar no sono e ir para cama muito tarde… essa falta de equilíbrio do sono prejudica o bem estar de maneira geral.
Outra coisa que muitas pessoas não sabem, é que alguns alimentos podem gerar crises, por isso é muito importante observar sua alimentação e qual o momento que as dores aparecem. Chocolate, café, produtos industrializados, frutas cítricas e condimentos são alguns exemplos de alimentos.
O ciclo hormonal também colabora para desencadear enxaquecas, principalmente durante a TPM (Tensão Pré-Menstrual). Reposição hormonal, irregularidade menstrual, endometriose e outros problemas podem agravar as chances.
Praticar exercícios físicos regularmente regulariza a produção de neurotransmissores e produz endorfina no nosso corpo. Portanto, a falta de exercícios acaba não impulsionando essa produção que é muito importante para evitar crises.
O diagnóstico da enxaqueca é clínico, não sendo possível fazê-lo via exames. É necessário procurar um neurologista especializado (cefaliatra) para que ele possa entender o histórico do paciente e familiar, como são as crises, qual a frequência, horários e sintomas.
A partir desse diagnóstico, o profissional conseguirá prescrever as melhores formas de tratamento para o caso apresentado e também indicar medicamentos preventivos para que seja possível evitar crises frequentes.
Dependendo de quais são os gatilhos para a crise de enxaqueca, os tratamentos podem ser diferentes em cada paciente. Caso as dores sejam frequentemente desencadeadas por estresse, por exemplo, utilizar recursos que relaxem a mente e a musculatura podem ser bastante efetivos, como massagens, meditação e ioga.
Outros, podem adotar uma dieta mais equilibrada, bem como uma melhor rotina de sono e também incluir exercícios no dia a dia. Mas, em muitos casos, é necessário também o uso de medicamentos aliados à essa rotina equilibrada, fazendo com que as crises cessem e até mesmo evitar que sejam desencadeadas.
O uso da Toxina Botulínica também pode ser muito eficaz no tratamento da enxaqueca crônica, reduzindo significativamente a frequência das dores e a intensidade. O uso da toxina botulínica A foi aprovado em 2011 pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e hoje é considerado um tratamento padrão-ouro para prevenção das crises de enxaqueca crônica.
A substância é aplicada em pontos específicos da cabeça e do pescoço no tecido muscular e subcutâneo, bloqueando os impulsos nervosos que causam a sensação de dor e ainda relaxando a região onde a dor se instala.
É necessário que seja feito uma aplicação regular a cada 3 meses durante o primeiro ano de tratamento. A melhora acontece gradativamente, sendo recomendadas 5 sessões (uma a cada 3 meses).
É importante lembrar que nem todos os casos são indicados para tratamento com Toxina Botulínica. Consulte um neurologista para avaliação.
Quando existe uma condição em que o paciente toma analgésicos frequentemente para dor de cabeça durante semana, isso significa que é preciso iniciar um tratamento de prevenção.
Esse tratamento é feito com o uso de medicamentos diários, que agem para reequilibrar a função de alguns neurotransmissores e substâncias químicas no cérebro. A escolha desse medicamento se dará pelo perfil do paciente, e por isso a importância de consultar um neurologista para entender e diagnosticar o caso.
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