A Doença de Parkinson é uma doença crônica, neurodegenerativa, causada pela degeneração dos neurônios responsáveis pela produção de dopamina no cérebro.
Atualmente, estima-se que 1% da população mundial com mais de 65 anos apresenta Doença de Parkinson, o que correspondente a 400 mil brasileiros com a doença.
Para que um paciente seja diagnosticado com a Doença de Parkinson, é preciso que ele apresente pelo menos Bradicinesia e, em geral, mais 1 dos outros 3 principais sinais motores que caracterizam a doença:
1. Rigidez
2. Tremor em repouso
3. Dificuldade de equilíbrio
A Bradicinesia é a dificuldade de iniciar movimentos acompanhada de lentidão na execução. O movimento de abrir e fechar a mão rapidamente ou fazer o movimento de pinça, por exemplo, é muito mais lento se comparada à alguém que não possui a doença.
O tremor, apesar de ser o sintoma mais conhecido da doença, nem sempre está presente. Muitas vezes o paciente pode apresentar-se apenas com rigidez e bradicinesia.
Além desses sinais clássicos descritos, a doença apresenta também diversos sintomas não motores que afetam diretamente a qualidade de vida dos pacientes. São eles:
– Déficit olfativo: 70 a 90% dos pacientes com doença de Parkinson vão apresentar perda da sensibilidade olfativa, muitas vezes inclusive, antecedendo o aparecimento dos sintomas motores.
– Constipação: sintoma também muito prevalente, provavelmente relacionado à alterações degenerativas do próprio intestino.
– Depressão: também é comum na doença de Parkinson, ocorrendo em mais de 1/4 dos casos recém diagnosticados.
– Distúrbio comportamental do sono REM: ocorre em até metade dos pacientes com doença de Parkinson, e acontece quando a musculatura não fica em estágio de paralisia durante o sono. Por conta disso, a pessoa acaba vivenciando o que está sonhando e acaba por falar, empurrar e ter um comportamento violento enquanto dorme. Os pesadelos são comuns, além dos sonhos vívidos, que parecem reais.
– Micrografia: a escrita do paciente começa a ficar cada vez menor, com letras miúdas.
– Hipofonia: diminuição do volume da voz.
Os pacientes afetados pela doença apresentam diversos sintomas não motores concomitantes, como os descritos acima, e também não há um padrão dos sintomas motores apresentados, podendo variar ao longo do dia.
O tratamento da Doença de Parkinson é individualizado, e o paciente deve ser acompanhado de perto pelo seu neurologista, que pode ser ou não especialista em Distúrbios do Movimento.
Grande parte das medicações utilizadas para o tratamento da doença estão disponíveis no programa do SUS, como a levodopa, pramipexol, entacapona e amantadina. Há pouco tempo atrás a rasagilina foi incorporada ao rol de medicamentos que estarão disponíveis pelo SUS. Além desses, ainda dispomos de medicações de uso transdérmico, como a rotigotina.
Todos esses medicamentos citados são utilizados com o objetivo de melhorar os sintomas motores e alguns dos sintomas não motores da doença. Mudanças de hábitos de vida, além da terapia medicamentosa, podem ser instituídas para o tratamento dos sintomas não motores, como a constipação, depressão e distúrbios do sono.
É importante lembrar que o tratamento é multidisciplinar. Portanto, além do acompanhamento com o neurologista e o uso dos medicamentos, é fundamental que o paciente realize reabilitação neurológica, com acompanhamento de fisioterapia, fonoterapia, terapia ocupacional, atividade física regular e outros, conforme sua necessidade.
Além disso, para casos selecionados, há a opção do tratamento cirúrgico com grande benefício e melhora na qualidade de vida dos pacientes.
É fundamental que o paciente com doença de Parkinson realize reabilitação neurológica, com foco no condicionamento aeróbico, manutenção de força muscular e também equilíbrio. As práticas regulares de exercícios físicos colaboram na melhora da função motora, bem como melhora da depressão, da fadiga e da dor crônica, muito comuns nesses pacientes.
Estudos recentes mostram que a prática regular de atividade física aeróbica, como caminhadas ou corridas, ajudam a retardar a evolução da doença, além dos ganhos cardiorespiratórios já conhecidos.
Alongamentos são importantes para manter a flexibilidade das articulações, e os exercícios de resistência ajudam a manter o tônus muscular, além de fortalecer musculaturas importantes para a postura, como músculos abdominais e das costas.
Fazer uso de alguns medicamentos pode agravar os sintomas em quem tem doença de Parkinson. É muito importante checar com o seu neurologista o uso de certos medicamentos e verificar quais são os riscos. Veja algumas contraindicações:
– Antipsicóticos mais antigos, como o haloperidol, clorpromazina, levomepromazina, utilizados para tratamentos psiquiátricos, acentuam a rigidez e a lentidão dos movimentos do Parkinson.
– Bromoprida e metoclopramida, usados para enjôo e vômitos.
– Cinarizina e flunarizina, para tratamento de labirintite.
– Alguns anti-hipertensivos, como alfa-metildopa, verapamil e diltiazem.
– Carbolitium, ácido valpróico e sulpirida.
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