Já conheceu alguma pessoa que em situações inexplicáveis, como em dias frios ou em um apertar de mãos, está suando? A Hiperidrose, ou suor excessivo, é uma doença que pode acometer crianças, jovens e adultos, fazendo com que situações normais do dia a dia, como segurar uma caneta ou apertar a mão de alguém, possam se tornar embaraçosas.
Não há uma causa específica para o aparecimento da Hiperidrose, podendo surgir em diferentes fases da vida sem explicação. Em dias frescos ou frios, o indivíduo se vê suando muito, podendo até piorar em situações de estresse emocional.
Mão molhada, a famosa pizza nas axilas, suor excessivo no rosto… tudo isso, se ocorrendo em situações atípicas, pode ser um sinal de que a pessoa sofre com hiperidrose.
As áreas mais afetadas são: axilas, couro cabeludo, dorso, mãos, pés e face.
O considerado normal é quando suamos ao realizar uma atividade física e o dia está quente, por exemplo, fazendo com que o organismo precise transpirar para baixar a temperatura corporal.
Fique atento caso você enfrente as seguintes situações:
Caso se encontre em alguma ou todas as situações acima, o indicado é procurar um médico para que seja feito o diagnóstico e prescrito o melhor tratamento para o seu caso.
Felizmente existem tratamentos para a Hiperidrose, podendo cessar temporariamente ou definitivamente o suor excessivo em regiões localizadas do corpo. Existem opções de tratamentos não invasivos e também que necessitam de cirurgia, ou seja, dependendo do caso, um ou outro será mais indicado.
Para quem busca um tratamento não invasivo e temporário para Hiperidrose, pode optar pelas seguintes opções:
No caso da Toxina Botulínica, há uma paralisia temporária das glândulas sudoríparas. O tratamento pode ser feito em regiões como: axilas, mãos, pés… já na face não é muito indicado, somente se for em uma área pequena perto das costeletas ou couro cabeludo.
O tratamento da Hiperidrose com Toxina Botulínica dura de 6 a 10 meses dependendo da dose e da absorção em cada indivíduo. A reaplicação é feita geralmente após o retorno dos sintomas.
Os tratamentos invasivos são indicados para indivíduos que não obtiveram resultados satisfatórios com os tratamentos não-cirúrgicos, ou para aqueles que buscam um tratamento mais definitivo.
A cirurgia tem como objetivo aspirar as glândulas sudoríparas da axila, cessando o suor na região. É feita uma incisão superficial na pele de 5mm, onde será induzida a cânula e aspiradas as glândulas.
Após 24h da cirurgia o indivíduo pode voltar a realizar suas atividades normais. A melhora do suor pode ser notada já na primeira semana. Há uma melhora de 60 a 80% do suor na região das axilas, com praticamente nenhum efeito colateral.
Nestes casos, é realizada uma cirurgia chamada Simpatectomia, onde ocorre um bloqueio do nervo simpático – nervo responsável por enviar mensagens erradas e/ou exageradas, que chegam nas glândulas sudoríparas e causam o suor em excesso.
Para suor em regiões acima da cintura (mãos, axilas, face, couro cabeludo…), é bloqueado o nervo simpático no tórax.
Já para suor em regiões abaixo da cintura (pernas, virilha, nádegas, pés…), é bloqueado o nervo simpático no abdômen.
É uma cirurgia pouco invasiva e feita por vídeo. No tórax, por exemplo, são feitas 2 pequenas incisões com menos de 1cm de cada lado do tórax. Então, é localizado e isolado o nervo simpático, bloqueando-o com um clipe. Assim, ele não conseguirá mais enviar mensagens.
A vantagem da utilização do clipe para o bloqueio do nervo simpático é que a cirurgia pode ser reversível caso o indivíduo não goste do resultado ou tenha efeitos colaterais muito fortes.
Os resultados da Simpatectomia são imediatos e o indivíduo pode voltar a realizar suas atividades normais após 24h da cirurgia.
É possível que o indivíduo tenha efeitos colaterais ao realizar a Simpatectomia, chamados de Hiperidrose Reflexa, onde ocorre um aumento de suor em outras partes do corpo que antes não ocorriam.
Para se ter uma ideia melhor em números, em torno de 30 a 40% das pessoas não terão efeitos colaterais após a cirurgia, 8% terão de forma intensa e de 65 a 70% terão de forma moderada e tolerável – podendo ser tratados com medicamentos, toxina botulínica ou nova cirurgia.
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Toxina botulínica: o que é e quais as suas principais indicações - Pedro Albino – 28 de agosto de 2019
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