A Síndrome de Tourette ou Síndrome de Gilles de la Tourette, é uma doença geralmente associada a uma grande variedade de problemas comportamentais e emocionais. Ela é caracterizada pelo comprometimento psicológico e social do indivíduo, onde esse apresenta tiques múltiplos, incluindo o uso involuntário e inapropriado de sons, palavras ou até mesmo frases.
Devido a presença desses tiques, o portador dessa patologia comumente tem um grande impacto negativo em sua vida pessoal e profissional, uma vez que essa doença não é muito conhecida, e sofre grande preconceito por parte da população.
Até pouco tempo, a Síndrome de Tourette era considerada uma condição rara, de índices de baixa incidência na população mundial (0,5/1000, em 1984). Porém, ao longo dos anos, pôde-se observar o aumento da incidência, através de estudos de prevalência.
Dados estatísticos internacionais mostram que essa síndrome é encontrada em todo o mundo, em todas as raças, etnias e classes sociais, acometendo cerca de três a quatro vezes mais o sexo masculino em relação ao sexo feminino. Atualmente, o seu índice é de 3 a 8/1000 crianças.
Nem todos os transtornos de tiques são diagnosticados como Síndrome de Tourette, pois essa condição é apenas uma das três categorias de transtornos, segundo o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição. As categorias são:
Ainda, os tiques podem ser subdivididos como motor/vocal ou simples/complexo.
Os tiques são mais comuns em momentos que o paciente se encontra relaxado, como deitado lendo um livro ou assistindo televisão, mas não é comum se manifestarem durante o sono e raramente interferem na coordenação.
Algumas vezes, o indivíduo pode adiar os tiques por um curto período, mas apenas por meio de um grande esforço consciente. Ainda, há alguns fatores que podem agravar os tiques, como o estresse e a fadiga.
O diagnóstico é clínico. O paciente deve apresentar tiques motores múltiplos, e um (ou mais) tiques vocais, que se manifestam todos os dias (ou intermitentemente) e perduram por pelo menos três meses consecutivos.
São raros os casos onde se faz necessário recorrer a uma investigação através de exames complementares de diagnóstico, exceto em situações de apresentação fora do comum, havendo alterações do movimento para além dos tiques e/ou havendo suspeita de causas secundárias de tiques.
O tratamento para tiques é recomendado apenas nos casos em que o indivíduo tenha suas atividades ou autoimagem interferidas significativamente, especialmente em crianças e adolescentes.
Existe uma opção de terapia cognitivo-comportamental, chamada de Intervenção Comportamental Abrangente para Tiques (CBIT) que envolve: técnicas cognitivo-comportamentais, educação sobre os tiques e técnicas de relaxamento. Essa pode ser uma boa opção para ajudar algumas crianças mais velhas a controlar seus tiques.
Ainda, há alguns medicamentos que podem auxiliar no controle dos tiques. O mais comum é a Clonidina, que controla a ansiedade e a hiperatividade que podem acompanhar um distúrbio de tique. Contudo, essa medicação pode causar sonolência, o que pode interferir com as atividades diurnas da criança. Outro tipo de medicação comumente utilizada são os antipsicóticos, que também apresentam efeitos adversos importantes.
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