A Dislexia é uma condição caracterizada pela dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Ela afeta, principalmente, o desempenho acadêmico, por isso é categorizada como um transtorno específico de aprendizagem.
Esse transtorno tem suas raízes nos sistemas cerebrais que apresentam como função o processamento fonológico. Devido a essa diferença no processamento, os indivíduos com dislexia apresentam grande dificuldade para processar os sons das palavras e associá-las com letras, ou até mesmo com sequências de letras, sendo comum também dificuldades com nomeações rápidas, memória de trabalhos e o processamento de informações, mesmo que básicas.
Os sinais relacionados a dislexia normalmente apresentam-se em conjunto, variando de pessoa para pessoa. Os principais sintomas dessa condição envolvem a linguagem oral, a leitura e a escrita.
Na linguagem oral é possível observar o atraso no desenvolvimento da fala, onde o indivíduo apresenta dificuldades para formar as palavras de forma correta e comumente troca a ordem dos sons nas palavras, ou até mesmo confunde palavras que são semelhantes. Além disso, pode apresentar dificuldade para nomear letras, números e cores, dificuldade em atividades de rimas, como também dificuldade para se expressar.
Em relação a leitura, é comum que haja dificuldade para decodificar palavras, oralidade devagar e muitas vezes incorreta, com inadequação de ritmo e entonação, dificuldade para a compreensão de textos e vocabulário reduzido.
Já na escrita, estão presentes erros de soletração e ortografia, omissões, substituições e inversões tanto de letras quanto de sílabas e grande dificuldade para a produção de textos.
O fator de risco associado a dislexia é o histórico familiar, isto é, presença de indivíduos com dislexia na família. Entretanto, não é possível prevenir a dislexia. O que pode ser realizado é a detecção precoce para que a criança que possui o distúrbio possa ser assegurada de uma aprendizagem de qualidade e adaptada para as suas dificuldades, garantindo uma boa qualidade de vida em relação a sua educação.
O diagnóstico de dislexia é realizado por um neurologista, com auxílio de fonoaudiólogo e psicólogo, sendo comumente detectado entre os 8 e 9 anos de idade. O médico especialista irá diferenciar a dislexia de outros transtornos, como o déficit de atenção, além de descartar outros problemas emocionais ou neurológicos que possam vir a afetar a leitura ou escrita para então fechar o diagnóstico.
Testes de audição e visão, provas de fluência verbal e desempenho cognitivo também podem ser realizados para avaliar a extensão/grau de dificuldade e diagnosticar com maior precisão.
A dislexia não apresenta cura, mas é possível levar uma vida normal e com qualidade caso haja suporte especializado desde cedo. O acompanhamento com fonoaudiólogo e psicólogo deve ser feito para que sejam criadas estratégias que auxiliem o indivíduo a enfrentar e superar as dificuldades e obstáculos que podem vir a estar presentes no dia a dia.
Indivíduos que apresentam a dislexia muitas vezes apresentam crises de auto-estima, e isso também deve ser tratado desde cedo com ajuda de um terapeuta para diminuir possíveis crises.
É importante que os pais de crianças que possuem dislexia as estimulem a desenhar, tocar instrumentos musicais, praticar atividades físicas e etc, para que elas sempre se sintam incluídas e vejam que são boas em outras atividades. Além disso, atualmente existem aplicativos específicos que ajudam a treinar as habilidades relacionadas à leitura e escrita e estimulam a associação dos sons das palavras e as letras que as correspondem, sendo de grande ajuda para esses indivíduos.
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